pensamento mágico
O verdadeiro
pensador crítico aceita o que poucas pessoas aceitam
-- que não se possa confiar rotineiramente em
percepções e lembranças," -- James Alcock, The
Belief Engine
Segundo o Dr. Phillips Stevens Jr.,
antropólogo, o pensamento mágico envolve vários
elementos, entre os quais uma crença na interconexão de
todas as coisas através de forças e poderes que
transcendem conexões tanto físicas quanto espirituais.
O pensamento mágico investe de poderes e forças
especiais muitas coisas que são vistas como símbolos.
Segundo Phillips, "a grande maioria das pessoas do
mundo... crê que existam conexões reais entre o
símbolo e aquilo que ele representa, e que um poder real
e potencialmente mensurável flui entre eles." Ele
acredita existir uma base neurobiológica para isso,
embora o conteúdo específico de qualquer símbolo seja
culturalmente determinado. (Não que alguns símbolos
não sejam universais, como por exemplo, o ovo.)
Um dos princípios guias do pensamento
mágico é a idéia de que coisas que se parecem com
outras são conectadas causalmente de alguma maneira que
desafia o teste científico. Outro princípio guia é a
crença de que "coisas que estiveram em contato
físico ou em associação espacial ou temporal com
outras coisas retêm uma conexão mesmo após serem
separadas" (Phillips).
Pense nos detetives paranormais
alegando poder obter informações sobre uma pessoa
desaparecida ao tocar um de seus pertences. Ou pense na paranormal de animais que
alega poder ler a mente do seu cão olhando para uma foto
dele.
Segundo o psicólogo James
Alcock, "'Pensamento Mágico' é interpretar
dois eventos que ocorrem próximos como se um tivesse
causado o outro, sem qualquer preocupação com o nexo
causal. Por exemplo, se você acredita que cruzar os
dedos trouxe boa sorte você associou o ato do cruzamento
de dedos com o evento favorável subseqüente e imputou
um nexo causal entre os dois." Alcock observa que,
devido à nossa conformação neurobiológica, somos
propensos ao pensamento mágico e assim o pensamento
crítico fica freqüentemente em desvantagem. Pense na falácia do jogador.
Dois dos exemplos mais óbvios de
pensamento mágico são a idéia da sincronicidade de Jung e a da homeopatia de Hahnemann (Phillips).
Outros exemplos seriam a grafologia
(Beyerstein)
e a quiromancia.
Veja verbete relacionado sobre magia simpática.
leitura adicional
Alcock, J. (1995) "A
Máquina de Crenças," Skeptical Inquirer.
19(3): 255-263 (em português na Sociedade da Terra
Redonda).
Beyerstein,
Barry. "Graphology," em The Encyclopedia of
the Paranormal editada por Gordon Stein (Buffalo,
N.Y.: Prometheus Books, 1996), pp. 309-324.
Beyerstein,
Barry e Dayle F. Beyerstein, editores, The Write Stuff
- Evaluations of Graphology, the Study of Handwriting
Analysis (Buffalo, N.Y.: Prometheus Books, 1991).
Frazer, James George. (1911-1915). The
Golden Bough: A Study in Magic and Religion. 3a.
edição. Londres: Macmillan. Touchstone
Books 1996.
Stevens, Jr., Phillips. (2001) "O
Pensamento Mágico na Medicina Complementar e Alternativa,"
Skeptical Inquirer. Novembro/Dezembro.
Vyse,
Stuart A. Believing in Magic: The Psychology of
Superstition (Oxford University Press 2000).
|